segunda-feira, 12 de abril de 2010

O meu Deus

O meu...

Eu O possuo a partir da hora
que resolvo formatá-Lo, editá-Lo
Decido fazer com Ele
interaja comigo na medida das minhas percepções,
no limite das minhas compreensões (tão falhas).

Ingenuidade?
A melhor que conheço!

Ignoro que a mutante, nesta relação,
sou eu.

Abençoada ignorância!
Santa bondade! A dEle.

O desapego ao poder é tão grande que
Ele me permite pensar que sou eu que O desenho,
O moldo,
e fico satisfeita.

Chego a pensar que o Deus que se relaciona comigo,
ou com quem eu me relaciono, seja mesmo diferente
do Deus que amigos, colegas, vizinhos, familiares,
dizem conhecer e amar.

O "meu", como toda Majestade que Lhe é própria
de fato e de direito,
me transmite intimidade, cumplicidade,
mantendo a autoridade.
Não é autoritário, é sábio e me puxa as orelhas
nos momentos em que é disse que preciso.
O "meu" Deus conversa comigo. Seja por meio de sinais,
de recados, de acontecimentos, de semelhantes meus (ou dEle),
seja por meio de sonhos, visões, sons, intuições.
Atrevo-me a dizer, porque sei o que estou dizendo,
que Sua generosidade é tão incalculável, que, se preciso for,
Ele se manifesta "pessoalmente", sem mandar recados.

Enfim,
há um "meu Deus",
ou somos meros filhos Teus?

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